quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tribo Karyabi




Cada indivíduo Kaiabi possui vários nomes, que formam um repertório pessoal variado. Ao longo da vida, os nomes são trocados à medida que este acede a novas categorias sociais ou passa por experiências pessoais marcantes. O nascimento do primeiro filho é um momento em que os pais sempre recebem novos nomes. Esses nomes podem ser de antepassados, de seres sobrenaturais ou estarem relacionados a algum evento específico protagonizado pelo indivíduo. Os homens mais velhos da aldeia, o chefe ou o pajé, são em geral os responsáveis pela transmissão dos nomes. No passado, o principal momento que determinava a mudança de nome era a participação em expedições guerreiras e, mais especificamente, a morte de um inimigo.No passado, todos os Kaiabi exibiam tatuagens faciais que obedeciam alguns padrões básicos, diferentes para homens e mulheres. Essas tatuagens eram feitas primeiramente no início da puberdade. Assim como os nomes, as tatuagens serviam ao mesmo tempo como mecanismo de identificação pessoal e grupal. Também como no caso dos nomes, a morte de um inimigo era um evento marcado pela execução de novas tatuagens.

Missamóvel , 2004. Nelson Leirner mistura arte conceitual com cultura popular


Personagens nordestinos     em argila simbolizam a crendice popular, como os romeiros e penitentes que ficam amontoados nos caminhões para pagar promessa ao Padre Cícero e outros santos padroeiros, sobre um skate  enquadrado em diagonal de um piso liso.


Flor do Mangue – Franz Kracjberg


Escultura de grande porte - mede 12 X 8 metros e 5 metros de altura. Foi construída a partir de resíduos de árvores de manguezais destruídos pela especulação imobiliária.

Os profetas e Os Doze Passos da Paixão - Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas do Campo, em Minas Gerais, Antonio Francisco Lisboa, Aleijadinho.



Entre os anos de 1800 e 1805, sexagenário e bastante enfermo, o artista mineiro Aleijadinho (1730-1814), realiza o conjunto de esculturas monumentais que marcaria definitivamente sua obra. Seu último projeto de vulto, os 12 profetas em pedra-sabão de tamanho quase natural, feitos para o adro dianteiro do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos de Congonhas do Campo, em Minas Gerais, são um dos exemplos mais contundentes do desenvolvimento do barroco no Brasil, e talvez a sua última grande manifestação. O conjunto de 12 profetas de Congonhas do Campo configura-se como uma das séries mais completas, da arte cristã ocidental, representando profetas. Estão presentes os quatro principais profetas do Antigo Testamento - Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, em posição de destaque na ala central da escadaria - e oito profetas menores, escolhidos por um clérigo segundo a importância estabelecida na ordem do cânon bíblico. Nos três planos do átrio, esculturas ordenam seus gestos simetricamente em relação ao eixo principal da composição. Abrindo a representação, estão Jeremias e Isaías de frente e atrás deles, no primeiro patamar, Baruc e Ezequiel. No terraço do adro encontram-se Daniel e Oséias, de perfil. Mais além, Jonas e Joel dão-se as costas e, finalmente, nos ângulos curvilíneos do pátio, Abdias e Habacuc erguem um dos braços, e nas extremidades do arco Amós e Naum apresentam-se de frente. Organizado segundo um jogo de correspondências, os profetas formam um conjunto unitário e ao mesmo tempo diversificado em suas partes, em perfeita organização cenográfica. Apesar da força expressiva de cada peça, é na comunicação estabelecida pela visão do grupo que a eloqüência de cada gesto atinge sua plenitude, como num ato de balé. Analisadas individualmente, as figuras dos Profetas em Congonhas do Campo apresentam deformações anatômicas ou acabamentos desiguais que indicam a colaboração do ateliê de Aleijadinho. No entanto, a força do conjunto e seu poder de integração superam as avaliações individuais das obras.

Parede de Memória, 1994. Rosana Paulino. Serigrafia em almofadas, 8 x 8 x 3 cm. Acervo Particular.



Rosana Paulino levanta questões raciais, culturais, políticas, assim como memórias pessoais. Seus trabalhos expandiram-se de desenhos e gravuras para grandes instalações que proporcionam ao leitor uma visão do universo feminino, que em muitas vezes, é também, negro. A obra trata-se de 850 fotografias1 pertencentes ao álbum familiar da artista. Estas fotografias estampadas em pequenas almofadas, trazendo pontos de crochê que as arrematam, foram dispostas lado a lado, em cima e em baixo, transformando a obra em um grande mural, intitulado pela a artista como Parede de Memórias. As imagens serigrafadas são opacas, falhas, desbotadas, a sua quantidade exacerbada sugere os anos de desgaste da família Paulino, a submissão aos postos de trabalho manual, subjugados as negras livres desde os tempos da colônia.

Valentina – Vik Muniz


Valentina é um retrato de 33x27 cm, feito por Vik Muniz, um pintor, escultor e fotógrafo paulistano que foi apelidado de o ilusionista, pelo fato de suas imagens terem muitos segredos. É a fotografia de um desenho feito por Vik, com açúcar sobre papel preto. Essa foto é a preferida de Muniz, onde é retratada em uma série chamada “crianças de açúcar” de 1996. É considerada uma das mais rápidas obras, feita em 1998. A obra se situa na Galeria Camargo Vilaça, em São Paulo.

Metamorfose Cultural, 1997 – Nelson Screnci

Esta obra de Nelson Screnci faz uma releitura comparativa das obras: O Caipira Picando Fumo, de Almeida Júnior e A Negra, de Tarsila do Amaral. Interroga a cisão entre o "moderno" e o "acadêmico". As duas telas possuem uma força e uma presença visual, "icônica", que parte de um "tipo" social – a negra, o caipira – para, construindo-os com os meios da pintura, impô-los como imagens. O caipira e a negra misturam-se com elementos populares. Existe uma grande afinidade nos princípios de organização das duas telas. O caipira, com os ângulos dos cotovelos, dos joelhos, bem afirmados, encontra-se instalado, de modo seguro e preciso, diante de um fundo revelando claras relações ortogonais: verticais da porta e, sobretudo, horizontais dos batentes, dos bambus que se mostram na parede de barrote, dos degraus em pau tosco que lhe servem para sentar. Em "A Negra", Tarsila dispõe seu personagem numa postura bastante próxima à do caipira: ângulos dos cotovelos, evidência dos pés, inclinação da cabeça. Como Almeida Júnior, dispõe sua figura diante de um fundo geométrico, feito de barras horizontais paralelas, num efeito não muito distante dos degraus do caipira. Assim, a arquitetura de cada quadro projeta, de modo ao mesmo tempo formal e cheio de sentidos, o personagem. Mais ainda, esses modos possuem um parentesco muito claro entre eles.

Ascensão da Doce Borboleta nos Campos da Matança - Wangechi Mutu


A obra trata da valorização da mulher, sua raça, coragem e poder, abordando assim uma jovem em um campo repleto de borboletas, porém devastado por tiros, o que mostra que é um cenário de guerra e destruição. A autora procura destacar em pequenos detalhes que, por mais que haja uma imensa desvalorização da mesma, tenta conseguir seu espaço, tenta ser valorizada no mundo atual, mesmo que haja tanta desigualdade. A artista mostra em suas obras a alma artística africana. É uma artista que vive e trabalha no Brooklyn, Nova York. Mudou-se para lá na década de 1990, centrado-se em Belas Artes e Antropologia na New School for Social Research e a Escola de Arte e Desenho Parsons.
O trabalho de Mutu já foi exposto em galerias e museus de todo o mundo, incluindo o Museu de São
Francisco de Arte Moderna, o Museu de Arte de Miami, a Tate Modern de Londres, o Studio Museum in Harlem em Nova York, o Museu Knust Palast nas Alemanha e o Centro Pompidou em Paris.
W. Mutu foi selecionada artista do ano de 2010 pela fundação D.B. A africana versa sobre diversos temas como política, o capitalismo do Ocidente e toma a figura feminina sob esteriótipos clássicos da cultura do seu país reinterpretando à sua maneira

domingo, 30 de outubro de 2011

Michael Jackson



Michael Jackson. 1984 (serigrafia sobre fotografia), do artista Andy Warhol, o quadro, de 76 por 66 centímetros, criado através da técnica de impressão em seda, foi leiloado por um valor entre 269 e 471 mil euros. O quadro foi criado em 1984, na era do casaco vermelho do videoclip da música «Thriller». Controverso, Andy Warhol se apresenta, apesar de ter sempre utilizado os recursos da fotografia, como um artista que ajudou a construir essa imagem do norte americano que se tem hoje. Para o bem ou para o mal, suas criações continuam influenciando gerações.

Eldorado – Nelson Screnci (acrílico s/tela). 2001



Nelson Screnci se assume como "artista militante" e define seu trabalho como "arte social". Um painel de 4 m x 1,20 m, Eldorado é uma visão da periferia paulistana - que o artista observa à distância, como se constatasse desolado as milhares de casinhas que nunca param de se reproduzir. Na cena inspirada na periferia, as casinhas, muito próximas umas das outras, são como módulos que, ritmados em formas simples, dividem um espaço de ninguém. Elas são incompletas por se encontrarem permanentemente em construção. E, por serem representações poéticas, o lado trágico e violento vivido por seus habitantes tão sofridos comparece de forma sutil. Está implícito nas combinações das cores que tentam ser alegres e nas formas improvisadas que refletem a sua luta pela sobrevivência. Ironicamente na cidade que seus ancestrais, em tempos remotos, pensavam ser o tão sonhado eldorado."Quero falar para o homem comum, atingir o público da periferia", diz o artista engajado. "A arte contemporânea está num beco. O público já se cansou de ver releituras de Duchamp e Beuys", critica ele. "Eu faço uma releitura da cor brasileira. Assumo influências de Volpi e de Lívio Abramo, recrio um clássico de Almeida Júnior." Screnci acredita que há preconceito contra releituras de artistas brasileiros. "Por que só podemos reler americanos e europeus?"

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ave Maria 1 (1955) – Victor Brecheret (Túmulo Família Scuracchio). Cemitério São Paulo/SP.


Arte tumular. Foi a última obra de Brecheret, concluída em 1955, no ano de sua morte. Ave Maria (Anjos) São dois anjos com as mãos em reza e ao centro uma grande cruz. Base tumular plana em mármore onde se erguem duas esculturas em bronze de dois anjos eretos, com as mãos unidas na altura do peito como se orassem e fizessem uma prece. Apresentam grandes asas com as pontas tocando o solo. Um está virado de frente para o outro, com os olhos cerrados , separados por uma cruz alta, também em bronze. Nota-se que o autor usou o estilo expressionista para esculpir os anjos. Atrás erguesse uma grande parede com cerca de 3 metros de altura, construída com placas de mármore onde estão as inscrições e o nome da família com uma coloração rósea. Nessa parede, atrás da cruz, um nicho representa um portal de passagem para o desconhecido do “outro lado” do umbral. Essa foi a ultima escultura realizada por Brecheret.

O Naufrágio – (1805), Tate Gallery – Londres. William Turner



Pintura romântica inglesa. Turner pintava a natureza crua em seus aspectos selvagens. O artista nutria amor por temas dramáticos como incêndios e tempestades. Como na paisagem tempestuosa do Naufrágio onde o homem luta contra os elementos dessa natureza e passa a desempenhar o papel de protagonista, não mais como cenário da composição, mas em estreita relação com os personagens da obra e como seu meio de expressão. É o que acontece com as tempestades de Turner, cuja força expressiva permitiu ao pintor prescindir, intencionalmente, de toda presença humana. Neutraliza os tons escuros profundos adicionando tons brancos e claros para obter mais luminosidade. O pintor inglês trata a água, o céu e a atmosfera, em geral se afasta de todo o realismo natural e se transforma no reflexo anímico da situação. As pinceladas soltas e difusas dão forma a um torvelinho de nuvens e ondas, a uma desesperança interior que se transmite à natureza, uma das características básicas do romantismo.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Videos

Quem são Eles? (Índios no Brasil), do Ministério da Educação

 


Quanto vale ou é por quilo, de Sérgio Bianchi(no Link Abaixo)

Invasores ou excluídos, de Cesar Mendes e Dulcídio Siqueira e Universidade de Brasília.

Conteúdo Bimestral 2º A B C D E F (Matutino) Profº Edson - 4º Bimestre 2011

1 – A Fotografia e o Cinema como Linguagens
2 – Leitura de Imagens
3 - Africanidades Brasileiras

1. Metamorfose Cultural, 1997, de Nelson Screnci
2. Ave Maria, de Victor Brecheret, no Mausoléu da Família, necrópole de São Paulo – SP.
3. Parede de Memória, 1994, de Rosalina Paulino,
4. Adereços Cerimoniais, da tribo Kayabi, do Estado de Mato-Grosso;
5. Missamóvel, 2004, de Nelson Leiner.
6. O Êxtase de Santa Teresa, de Bernini,
7. Os Profetas e Os Doze Passos da Paixão, (1796-1799), em Congonhas do Campo, Minas Gerais, de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
8. Naufrágio, de Willian Turner,
9. Valentina, de Vick Muniz,
10.Pelé e Michael Jackson (serigrafias sobre fotografia), de Andy Warhol,
11. Ascensão da Doce Borboleta nos Campos da Matança, 2007, de Wanguechi Mutu,
12. Nu Feminino Deitado, 1896, de Rafael Frederico,
13. Retrato de Negro, de Luis Frederico da Silva,
14. Flor do Mangue (escultura), de Franz Krajberg, 1973
15. Eldorado, 2001, de Nelson Screnci
16. O Quarto Estado, de Giovanni Volpato,

Vídeos:
Quem são Eles? (Índios no Brasil), do Ministério da Educação,
Quanto vale ou é por quilo, de Sérgio Bianchi
Invasores ou excluídos, de Cesar Mendes e Dulcídio Siqueira e Universidade de Brasília.
AVALIAÇÃO

• Prova Interdisciplinar........................................................... 3,0 pts.
• Simulado .............................................................................. 2,0 pts.
• Trabalho em Grupo........( Power Point/ Apresentação)........ 2,0 pts.
• Obras do PAS/ Diário / leitura de imagens(caderno de arte) 2,0 pts.
• Semana Cultural ................................................................. 1,0 pt.          

terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Boa Educação — Jean Baptista Chardin


A Boa Educação — Jean Baptista Chardin (1699-1779), coleção Wanas, Suécia.

 Esse quadro do período Rococó representa bem adequadamente o papel insubstituível da mãe como educadora, preservando a inocência dos filhos e formando-os na prática das virtudes

Sagração de D. Pedro, 1823, de Jean-Baptiste Debret

"Havendo esta Assembléia perjurado ao tão solene juramento, que prestou à Nação, de defender a integridade do Império, sua independência e a minha dinastia: hei por bem, como imperador e defensor perpétuo do Brasil, dissolver a 3 mesma Assembléia e convocar uma outra [...] a qual deverá trabalhar o projeto de Constituição que eu hei de em breve apresentar."
(Decreto de D.Pedro I, de 12 de novembro de 1823.)

Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte - 1884


Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte - 1884 - (fr: Un dimanche après-midi à l'Île de la Grande Jatte - 1884) - é uma pintura a óleo do francês Georges-Pierre Seurat, integrante do Movimento Impressionista, considerada sua obra mais destacada, feita em pontilhismo nos anos de 1884-86. Retrata a Ilha de Grande Jatte.

O Semeador (1888), de Vicent Van Gogh


Vincent van Gogh admirava o pintor J.F. Millet, em quem se inspirou para fazer o seu quadro "O Semeador".
Fez vários estudos sobre o quadro de Millet, utilizando diversas técnicas : esboços em tinta e pena, desenhos a carvão, e pintura a óleo.


De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?


De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? – 1887 – Paul Gauiguin. Museu de Belas-Artes – Boston. Uma tela de 4 metros, pintada em apenas um mês. Da direita para esquerda é possível notar uma evolução da vida humana. Começando com uma criança no canto, um adulto ao meio em contato com o conhecimento e no outro extremo uma velha anciã.. O próprio Gauguin indicou que ela deveria ser lida da direita para a esquerda, com os três grupos principais de figuras ilustrando as três perguntas do título. As três mulheres com um bebê representam o início da vida, o grupo central simboliza o cotidiano dos adultos e o último grupo, à esquerda, focaliza uma idosa aguardando a morte. Das três perguntas fundamentais de Gauguin, a única que podemos tentar responder com algum nível de confiança é “De onde viemos?”. De fato, ela tem obcecado a humanidade há milênios. Sempre houve grande interesse em saber sobre nossos antepassados e conhecer nossas genealogias, nossas linhagens ancestrais.

Sarah Bernhardt

                                                                      Sarah Bernhardt, 1859, fotografia de Nadar.

  Nadar retratou os personagens de sua época com precisão e sensibilidade, sempre focalizando as características contidas nos gestos, rosto e expressão do corpo. Um dos retratos mais conhecidos de Nadar é o que ele fez de Sarah Benhardt, em que ela com trajes elegantes e penteado de festa repousa seu olhar sobre o horizonte numa pose reflexiva.
   Nadar ritualizava a fotografia de modo que: Cenário, estado de espírito da modelo e a luz ambiente conferissem um trabalho artístico ímpar.

Golfo de Nápoles com o Vesúvio ao fundo, de Eliseu Visconti.



Eliseu Visconti foi um pintor e designer ítalo-brasileiro ativo entre os séculos XIX e
XX. O golfo de Nápoles com o Vesúvio ao fundo é uma de suas principais obras e é
caracterizada pela paisagem singular. Na obra, podemos contar três meninos sentados
à beira do lago. Predominam as cores claras e o reflexo imposto pela água.

O Retrato de Adele Bloch Bauer I – Gustav Klimt.

O Retrato de Adele Bloch-Bauer I é uma pintura de Gustav Klimt completada em 1905. De acordo com relatórios jornalísticos, foi vendida em 135 milhões de dólares a Ronald Lauder, proprietário da Neue Galerie em Nova Iorque, em junho de 2006, o que o tornou nesse momento na segunda pintura de maior valor de todo o mundo. O dourado invade o fundo e é o elemento fundamental do vestido aonde a ornamentação íntegra a iconografia habitual do pintor na fase dourada, espirais micênicos, olhar em estilo egípcio, círculos, retângulos e xadrezes. A aura repleta de ovais em torno da cabeça e a estranha forma à esquerda do modelo remete os famosos mosaicos bizantinos.

sábado, 6 de agosto de 2011

A Redenção de Cã, 1895, de Modesto Broccos y Gomes

                                                   


                 A pintura Redenção de Cã, 1895, de Modesto Brocos y Gomes, é um óleo sobre tela mostrando uma cena pitoresca que retrata os primórdios da miscigenação racial que ocorria no Brasil no século 19: uma negra ergue as mãos para o céu em agradecimento a Deus por ter conseguido "branquear" sua prole.

                 O nome da pintura faz referência à Bíblia. Cã, filho mais novo de Noé, fora amaldiçoado pelo pai por ter rido da nudez do ancião, que, durante um porre de vinho, despira-se na frente de sua família.

                 A maldição de Noé contra Cã foi a seguinte: a partir daquele dia, seus descendentes nasceriam com a pele negra e povoariam a região que hoje conhecemos como África.

Arrufos, 1887, de Belmiro de Almeida

                                                                   
O quadro "Arrufos" foi pintado em 1887. Significa uma das maiores obras primas da pintura nacional. O termo "arrufos" quer dizer uma briga de amor, porém na obra, percebemos muito mais que isso, quando analisamos cuidadosamente. O quadro se localiza no Museu Nacional de Belas-Artes e é sem duvidas uma das mais tristes cenas já pintadas. Percebemos o sofrimento da mulher perante algum ato. E em grande contraste o homem sentado fumando um charuto tão decepcionado que parece ignorar e não dar importância a mulher.

Daguerreótipia

                                                                               
    Processo fotográfico imaginado por Louis Daguerre, e que consistia em fixar numa película de prata pura, aplicada ao cobre, a imagem obtida na câmara escura.
      Imagem produzida pelo processo positivo criado pelo francês Louis Daguerre (1787-1851). No Daguerreótipo, a imagem era formada sobre uma fina camada de prata polida, aplicada sobre uma placa de cobre e sensibilizada em vapor de iodo, sendo apresentado em luxuosos estojos decorados - inicialmente em madeira revestida de couro e, posteriormente, em baquelite - com passe-partout de metal dourado em torno da imagem e a outra face interna dotada de elegante forro de veludo.
      Foi através dos irmãos Chevalier, famosos óticos de Paris, que Niépce entrou em contato com outro entusiasta , que procurava obter imagens impressionadas quimicamente: Louis Daguerre (1787-1851). Este, durante alguns anos, causara sensação em Paris com o seu "diorama", um espetáculo composto de enormes painéis translúcidos, pintados por intermédio da câmera escura, que produziam efeitos visuais (fusão, tridimensionalidade) através de iluminação controlada no verso destes painéis. Niépce e Daguerre durante algum tempo mantiveram correspondência sobre seus trabalhos. Em 1829 firmaram uma sociedade com o propósito de aperfeiçoar a heliografia, compartilhando seus conhecimentos secretos.A sociedade não deu certo. Daguerre, ao perceber as grandes limitações do betume da Judéia, decidiu prosseguir sozinho nas pesquisas com a prata haló z.             
      Dois anos após a morte de Niépce, Daguerre descobriu que uma imagem quase invisível, latente, podia-se revelar gena. Suas experiências consistiam em expor, na câmera escura, placas de cobre recobertas com prata polida e sensibilizadas sobre o vapor de iodo, formando uma capa de iodeto de prata sensível à lu com o vapor de mercúrio, reduzindo-se, assim, de horas para minutos o tempo de exposição. Conta a história que uma noite Daguerre guardou uma placa sub-exposta dentro de um armário, onde havia um termômetro de mercúrio que havia se quebrado. Ao amanhecer, abrindo o armário, Daguerre constatou que a placa havia adquirido uma imagem de densidade bastante satisfatória, tornara-se visível. Em todas as áreas atingidas pela luz, o mercúrio criara um amálgama de grande brilho, formando as áreas claras da imagem. Após a revelação, agora controlada, Daguerre submetia a placa com a imagem a um banho fixador, para dissolver os halogenetos de prata não revelados, formando as áreas escuras da imagem. Inicialmente foi usado o sal de cozinha, o cloreto de sódio, como elemento fixador, sendo substituído posteriormente por tiossulfato de sódio (hypo) que garantia maior durabilidade à imagem. Este processo foi batizado com o nome de Daguerreotipia.

Pintura Acadêmica no Brasil

imagem:Independência ou Morte, mais conhecido como O Grito do Ipiranga,Pedro Americo
                                                                                  
Em meados do século XIX, o Império Brasileiro conheceu certa prosperidade econômica, proporcionada pelo café, e certa estabilidade política, depois que Dom Pedro II assumiu o governo e dominou as muitas rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, o próprio imperador procurou dar ao país um desenvolvimento cultural mais sólido, incentivando as letras, as ciências e as artes. Estas ganharam um impulso de tendência nitidamente conservadora, que refletia modelos clássicos europeus.
Uma das características gerais da pintura acadêmica é seguir os padrões de beleza da Academia de Belas Artes, ou seja, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos, principalmente os gregos, na arquitetura e dos renascentistas, na pintura.  Os principais artistas acadêmicos são:

Pedro Américo  - Sua pintura abrangeu temas bíblicos e históricos, mas também realizou imponentes retratos, como o De Dom Pedro II na Abertura da Assembléia Geral, que é parte do acervo do Museu Imperial de Petrópolis - RJ. A sua obra mais divulgada é O Grito do Ipiranga, que atualmente no Museu Paulista.

Vitor Meireles - Em 1861, produziu em Paris, a sua obra mais conhecida A Primeira Missa no Brasil. No ano seguinte, já em nosso país, íntou Moema, que trata da famosa personagem indígena do poema Caramuru, de Santa Rita Durão. Os seus temas eram os históricos, os bíblicos e os retratos.
Almeida Júnior - Considerado por alguns críticos o mais brasileiro dos pintores nacionais do século XIX. Suas obra retratam temas históricos, religiosos e regionalistas, além disso produziu retratos, paisagens e composições. Suas obras mais conhecidas são: Picando Fumo, O Violeiro e Leitura.

Missão Artística Francesa no Brasil


                                                              imagem: O Jantar, de Jean-Baptiste Debret

Há duas versões sobre a origem da Missão. A primeira afirma que, por sugestão do conde da Barca, o príncipe Dom João (1767 - 1826) requer ao marquês de Marialva, então representante do governo português na França, a contratação de um grupo de artistas capaz de lançar as bases de uma instituição de ensino em artes visuais na nova capital do reino. Aconselhado pelo naturalista Alexander von Humboldt (1769 - 1859), Marialva chega a Lebreton, que se encarrega de formar o grupo. A outra versão2 afirma que os integrantes da Missão vêm por iniciativa própria, oferecendo seus serviços à corte portuguesa. Formados no ambiente neoclássico e partidários de Napoleão Bonaparte, os artistas se sentem prejudicados com a volta dos Bourbon ao poder. Decidem vir para o Brasil e são acolhidos por D. João, esperançoso de que possam ajudar nos processos de renovação do Rio de Janeiro e de afirmação da corte no país. Recentemente historiadores buscaram um meio termo entre a duas versões, que parece a mais plausível. Fala-se em casamento de interesses: por um lado, o rei teria se mostrado receptivo à criação da academia; a par dessa informação, Lebreton, com o intuito de sair da França, teria oferecido seus serviços, arregimentando artistas dispostos a se refugiar em outro país.
Não foram poucas as dificuldades encontradas pelo grupo para realização da missão. A Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios é criada por decreto no dia 12 de agosto de 1816, estabelecendo pelo período de seis anos pensão aos artistas franceses. No entanto, ela não passa de uma medida formal, pois não chega a funcionar, devido a causas políticas e sociais: a resistência de membros lusitanos do governo à presença francesa; as dificuldades impostas pelo representante da monarquia francesa, o cônsul-geral coronel Maler; o atraso de ordem material e estrutural no qual se encontrava o Rio de Janeiro; o desprezo da sociedade por assuntos relativos às artes. A escola abre as portas somente em 5 de novembro de 1826, passando por dois outros decretos, o de 12 de outubro de 1820, que institui a Real Academia de Desenho, Pintura e Arquitetura Civil, e o derradeiro, de 25 de novembro do mesmo ano, que anuncia a criação de uma escola de ensino unicamente artístico com a denominação Academia e Escola Real.
Durante o longo tempo de espera, os franceses seguem com suas atividades. Notadamente Debret e Grandjean de Montigny aceitam encomendas oficiais. O primeiro realiza diversas telas para a família real e o último é responsável pelo edifício da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba e outras obras públicas, como o prédio da Alfândega (atual Casa França-Brasil). Por ocasião das festas comemorativas da coroação de Dom João VI, em 1818, ambos idealizam, com Auguste Taunay, a ornamentação da cidade. Debret também se dedica ao ensino de desenho e pintura num espaço alugado, enquanto realiza as aquarelas que marcariam sua obra da fase brasileira.5 No Rio de Janeiro, Nicolas Taunay segue como pintor de paisagem encantado com a natureza tropical.
A situação torna-se difícil com a morte de Lebreton em 1819, e a nomeação, em 1820 do pintor português Henrique José da Silva (1772 - 1834) para a direção da Academia Real. Nicolas Taunay decide voltar para França em 1821 e é substituído pelo filho Félix Taunay (1795 - 1881). Os outros tentam adaptar-se à realidade de uma academia distante de seus planos originais. Com a chegada de reforços franceses, os irmãos Marc Ferrez (1788 - 1850) eZepherin Ferrez (1797 - 1851), escultor e gravador, respectivamente, os remanescentes da Missão6 procuram resistir às adversidades criadas pelo novo diretor. Debret não agüenta por muito tempo e retorna à França em 1831, levando seu aluno preferido, Porto Alegre (1806 - 1879).
Historicamente, além da importância da Missão Artística Francesa como fundadora do ensino formal de artes no Brasil, pode-se dizer que durante o tempo em que esses artistas permanecem no país, dentro ou não da Academia, eles ajudam a fixar a imagem do artista como homem livre numa sociedade de cunho burguês e da arte como ação cultural leiga no lugar da figura do artista-artesão, submetido à Igreja e seus temas, posição predominante nos séculos anteriores. www.itaucultural.org.br/...ic/index.cfm?...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Poesia

MANDE SUA POESIA Tbm


O que te prende
Nessa grande corrida
O que se aprende
De uma vida não vivida
O que se espera
De um outro alguém
O que te espera
Numa outra vida, no além
O que se vê
De um olho cego
No que se crê
Num futuro incerto
A vida passa
Com pressa ou com demora
O tempo não espera
A hora é agora
__________________________________________

Um mundo diferente
Cada um cria o seu 
O que esperar da gente
O que se perdeu 
Uma única chance
É o que se tem
Viver um grande romance
Ou esperar por alguém
Criar o seu mundo
Para esquecer o que passou
Ou esperar o fim de tudo 
Procurar o que não achou
A história da sua vida
Faça como quiser
Uma história que foi vivida 
Seja como vier
Uma única chance
Para se aprender
Viva neste instante
Veja o que se vê 
__________________________________________

As horas passam
O tempo vem e vai
Os dias não chegam
O tempo não volta mais

Semanas longas
Sábados apenas borrões 
Segunda a sexta uma demora
Domingos vêm e vão

Pessoas para ver
Outras para lembrar 
Simplesmente esquecer
As pessoas vão passar

Brigas e confusões
O tempo apagará
Ou talvez não
Somente o tempo dirá

O tempo não voltará
Mas cada um tem o seu
Fazer a roda girar
Não chorar pelo que se perdeu 



Autora: Vitória Jamille Lira Alves - 2ºC

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ler o texto Pós-Impressionismo e responder individualmente as questões abaixo (Caderno de Artes)

Pós-Impressionismo é o nome que se dá a diferentes estilos e tendências artísticas cuja origem encontra-se no Impressionismo, tanto como uma reação contrária a ele como visando um desenvolvimento maior da escola.
A maioria dos artistas considerados pós-impressionistas participaram das exibições impressionistas, mas acabaram por tomar outros rumos na realização de sua arte. A forma das pinturas, o tratamento das cores ou a linha podiam ser objetos de discordância com os impressionistas.
Tendências como o 
Simbolismo e até o Expressionismo já se encontram nas obras de alguns desses pintores pós-impressionistas.
As divergências dos principais nomes considerados pós-impressionistas com os impressionistas normalmente se concentravam na momentaneidade e extrema subjetividade enevoada em que os últimos baseavam seus trabalhos ou as tendências naturalistas do impressionismo.
Essas divergências, entretanto, manifestavam-se de maneiras e intensidades diferentes nos vários estilos pós-impressionistas.


Os movimentos modernistas, também, devem muito ao Pós-Impressionismo, principalmente pela figura de Paul Cézanne (1839 - 1906) e sua obstinação em alcançar a natureza real atrás das aparências, criar uma arte com vida própria, “concretizar“ suas impressões pessoais e “realizar o motivo“.

Acredita-se que de uma forma ou de outra, como por, exemplo, a compreensão considerada errônea realizada pelo cubismo da pintura do artista, todos os artistas e movimentos expressivos do Século 20 tenham sido influenciados por 
Cèzanne.

O Neo-Impressionismo de Seraut e sua extrema valorização das cores também estão inseridos dentro dessa tendência maior pós-impressionista.
Gauguin e a proximidade de sua obra com o movimento poético simbolista, sobrevalorizando as idéias e desprezando o naturalismo, também é considerado um pós-impressionista.
Van Gogh, e seu mundo atormentado, foi outro artista de extrema importância da pintura do Século 19, considerado um dos precursores do expressionismo que pode ser encaixado dentro dessas tendências pós-impressionistas.

Até mesmo 
Toulouse-Lautrec, conhecido pela particularidade de seu estilo, que se desenvolveu independentemente de escolas ou movimentos, pode ser visto como um artista afinado com as tendências pós-impressionistas.

Fonte: Enciclopédia Digital Master.
1)    O que significou o Pós-Impressionismo no panorama da Arte?
2)   Quais os artistas e suas obras mais expressivas no contexto do Pós-Impressionismo?

Prática Artística Bimestral (individual ou em grupo: Combinar com o Professor) 2,0 pts

Músicas do PAS:
Cantata 140 (Wachet auf, ruft uns die Stimme) de Johann Sebastian Bach,
Ária para Soprano e Baixo, de J.S. Bach
Kyrie e Lacrimosa da Missa de Réquiem de Mozart K 626
I dreamed a dream , por Susan Boyle
Subida do Morro, de Moreira da Silva
Você não soube me amar, da Blitz
Quereres, de Caetano Veloso
Billie Jean, de Michael Jackson.
Matança, de Jatobá, cantada por Xangai
Fado Tropical, de Chico Buarque de Holanda.
Dino Rocha (Para ti Ponta Porã),
Sivuca (Feira de Mangaio),
Renato Borguetti e Vítor e Léo (Milongas para as missões),
Toninho Ferragutti (Forró Classudo),
Carmem Miranda (Disseram que eu voltei americanizada),
Carnaval dos Animais: Introdução; Tartaruga; Os fosseis, de Saint Saëns,
Aboio tema da Abertura do Auto da Compadecida
Rock das Cachorras, de Léo Jayme com Eduardo Dusek
Kaiowas, do Sepultura.

Caderno de Artes/Glossário Artístico

 1 – Danguerreotipia; 2 – A Redenção de Cã, 1895, de Modesto Broccos y Gomes; 3 – De onde viemos? O que somos? Para onde vamos? 1887, de Paul Gauguin,; 4 – O Semeador, de Vincent Van Gogh; 5 – Tarde de domingo na Ilha de Grande Jatte, de George Seurat; 6 – Sagração de D. Pedro I, 1823, de Jean Baptiste Debret; 7 - A Boa Educação, século XVII, de Jean –Baptiste Chardin,; 8 – 1091 Golfo de Nápoles com o Vesúvio ao fundo, de Eliseu Visconti; 9 –Sara Bernhardt 1859, fotografias de Nadar,  10 – O Jantar, de Jean-Baptiste Debret; 11 - Arrufos, 1887, de Belmiro de Almeida; 12 - O Retrato, de Adele Block Bauer, de Gustav Klint   2,0 pts

CONTEÚDO DO TARABALHO 3º BIMESTRE - 2ºs A B C D E F - Matutino

1) O Pós-Impressionismo (Cézanne, Gauguin, Van Gogh e Toulouse-Lautrec)
2) Missão Artística Francesa no Brasil
3) Pintura Acadêmica no Brasil (Almeida Junior, Belmiro de Almeida, Pedro Américo e Vitor Meireles)
4) Teatro Épico de Bertold Brecht
5) Músicas dos objetos de conhecimentos do PAS (Moreira da Silva, Carmem Miranda, Chico Buarque, Caetano Veloso, Blitz, Xangai, Michel Jackson e outros...)
         Cada grupo deverá entregar um trabalho escrito sobre o assunto que lhe coube na data combinada para sua apresentação. (Apresentação Power Pointer, Movie Maker... que tenha a preocupação com a sua visualidade. Artista, nome da obra) 2,0 pts.

domingo, 12 de junho de 2011

Ângelus – Jean François


A obra Ângelus é o quadro mais famoso do pintor francês Jean François Millet e o que melhor exprime seu compromisso com o realismo. Millet mostra dois camponeses orando, dando graças a Deus pela colheita obtida através do suor e do esforço de muitos dias. É uma obra do ano de 1859 e hoje integra o aervo do museu de Orsay. Nesta famosa pintura, um homem e uma mulher em pé, em uma postura de reverência, na Hora do Ângelus. Ele de cabeça baixa, segurando o chapéu, ela leva as mãos ao peito num sinal de devoção. O Ângelus é uma pratica religiosa, realizada em devoção à Imaculada Conceição, repetida três vezes ao dia, de manhã, ao meio dia e ao entardecer. A oração é constituída de três textos que descrevem o mistério da Encarnação, respondidos com Ave Maria e uma oração final. Na tepidez de seus ocres e marrons, no lirismo de sua luz, na magnificência e dignidade de suas figuras humanas, o pintor manifestava a integração do homem com a natureza.

Ensaio de Ballet – Edgar Degas

O quadro é marcado pelos tons vibrantes, marca do pintor Degas. O quadro é muito expressivo, a bailarina parece que voa e o ambiente em torno dela mostra movimento. A obra possui vida. Esse é mais um quadro de Edgar Degas que retrata o Ballet.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Fotografia com Arte

Mande sua foto srbukater@r7.com


                                                                                      foto: Marcos Luis 2ºC


Falar em arte, fotografia e novas tecnologias, significa falar do desenvolvimento técnico, do desdobrar do saber, retrato do ser humano e da humanidade contemporâneos. A arte sempre utilizou diferentes técnicas: técnicas médicas para embalsamar as múmias do Egito; técnicas para fixar as tintas; técnicas de construção (engenharia e arquitetura) em monumentos, castelos, igrejas, técnicas artesanais para a fabricação de pincéis; as técnicas de reprodução da imagem: xilogravura, gravura sobre metal, litografia, serigrafia, off-set, etc.


A perspectiva nada mais é do que sistematização do olhar, uma técnica para transcrever sobre um suporte a visão. A fotografia introduziu um procedimento químico que permitiu fixar um espectro da imagem visualizada. Muitos crêem que foi a fotografia que forçou a arte a pintar como os impressionistas e, depois, os cubistas. Não estou bem certa disto. Todo um contexto novo gerado pela revolução industrial deu à vida uma nova dimensão. Havia, além do aparecimento de objetos industrializados, uma aceleração da produção, uma aceleração da vida em si, que gerava uma nova compreensão do mundo. Costumo dizer que havia, nesta época, como há agora, uma nova ecologia simbólica sendo gerada.

Os impressionistas são conhecidos por pintarem ao ar livre e este fato é pensado, muitas vezes, apenas, como um desejo de criar novidade na arte. Os impressionistas –não esqueçamos que houve Turner, na Inglaterra, antes deles, e que Turner muito viajou pela França fazendo aquarelas - foram levados a pintar ao livre porque, com a revolução industrial, começou-se a produzir as tintas industriais e as bisnagas de tinta tal qual as conhecemos hoje, e isto facilitava enormemente o transporte das tintas. Antes, as tintas tinham que ser produzidas pelo pintor, ou por um aluno, no atelier, e eram guardadas em bexigas animais (tripas) frágeis ou vidros muito pesados. Cézanne pintou com pincéis e espátulas produzidos industrialmente, obtendo uma pintura totalmente renovada. Tintas e novas cores industriais, bisnagas de metal, pincéis e espátulas feitos em série são frutos da Revolução Industrial que vieram definitivamente modificar a Arte.

Os dadaístas trouxeram enormes inovações, não só para a Arte, mas também para a tipografia e a propaganda. Acredito que o próprio conceito de arte foi modificado, neste momento. Esta afirmativa seria óbvia se estivéssemos pensando nos ready-mades de Marcel Duchamp, mas estamos nos referindo apenas aos panfletos dadaístas. Além disto, este movimento esboçou o que depois viria a tornar-se a linguagem artística performance (happennings, body-art, art corporel) que trouxe a arte tornada efêmera, o tempo como elemento estético da arte, o corpo como sujeito e objeto da arte, a arte multidisciplinar. Tantas novidades foram geradas por uma realidade no limite do absurdo: a Primeira Guerra, dita, mundial que na realidade arrasou a Europa matando 8.700 mil pessoas. Apenas na França, a guerra deixou 700 mil mutilados! O dadaísmo nasce desta realidade, deste momento histórico. A arte está toda plena da história, da política, da economia, da produção industrial, atualmente, da ecologia das, ditas, novas tecnologias, da globalização. Por isso mesmo, me referi acima, a uma nova ecologia simbólica. A noção de ecossistema é uma noção que evidencia que a menor parte é imprescindível para o todo e que este todo pode ser destruído por um mal-estar pequeno de uma menor parte. Assim "voluem" (para evitar o 'evoluir' carregado de uma noção de progresso) a arte, as técnicas, as ciências, as histórias…, por processos rizomáticos em planos imanentes diriam Gilles Deleuze e Félix Guattari. [i]

A técnica da informática (a palavra 'tecnologia' -saber sobre a técnica- tem sido utilizada, sem uma maior reflexão, para designar uma técnica avançada), a técnica digital, e a rede de informações, como anteriormente outras técnicas, vem, certamente, ampliar as possibilidades da arte. Mas também, a globalização virá modificar o conteúdo da arte.

A fotografia digital, altamente manipulável, virá reconduzir a falsa idéia de que a fotografia química representava o real. De fato, a fotografia sempre foi um corte do real, corte espacial (recorte) e temporal (60 avos de segundo, em média), uma manipulação do real, fosse ela manipulação de iluminação ou de laboratório. 

Os efeitos especiais, no cinema, e as animações tridimensionais geradas por computador, eu diria, estão arrancando nossas crianças do que se crê real. Nos parques de diversões imergimos em realidades tridimensionais, totalmente geradas por computador, e somos levados à sensações físicas de desconforto como na realidade. E para as crianças, sem uma noção precisa da diferença entre real e imaginado/criado pelo homem e suas técnicas, estas experiências se incrustam…

A rede de informações, que do meu ponto de vista, só é rede de comunicações quando há performance, interlocução, vem interceptar o quotidiano, daqueles que a ela tem acesso, de forma radical e definitiva.

Muitos são os pontos sobre os quais incidem estas novidades técnicas: os livros se redefiniram com os CD-Roms; a música, tanto em seu fazer artístico quanto em sua forma de difusão, multiplicou possibilidades; a matemática revitalizou-se com os fractais de Mandelbrot, e a teoria do caos redimensionou a física, a química e a biologia; a meteorologia, a ecologia,… tudo está sendo monitorado por satélites o tempo todo, os computadores, a partir dos dados recolhidos, chegam a resultados nunca imaginados.

Para o artista, de fato, não importa utilizar-se, ou não, das novas técnicas. Utilizar-se de novas técnicas não implica necessariamente fazer uma arte nova. Ao contrário, muitas vezes, o artista ao utilizar-se de novas técnicas, se perde, perde a busca de algo que realmente represente as inquietações, os prazeres e a consciência do público. O público, também, ao maravilhar-se com a novidade técnica, perde seu senso crítico. O que importa, para o artista, é estar consciente dos anseios do indivíduo, sabedor das realidades locais e pleno dos processos no mundo. Independentemente da técnica utilizada, importa realizar um trabalho que, como conceito, esteja imerso na atualidade.
Fonte:http://www.corpos.org/papers/artefoto.html