quinta-feira, 12 de maio de 2011

ARTES GRÁFICAS

 - Conjunto dos processos que abrange a criação e preparação de trabalhos de arte destinados à reprodução (incluindo o desenho de figuras, ornatos de letras, a diagramação, a montagem e arte final) e a produção gráfica propriamente dita, por meios mecânicos ou artesanais ( incluindo a gravura, a tipografia, o offset e outras técnicas de impressão e de acabamento, encadernação, etc.).

CARTUM
– Narrativa humorística, expressa através da caricatura e normalmente destinada à publicação em jornais e revistas. O cartum é uma anedota gráfica. Seu objetivo é provocar o riso do espectador; e sendo uma das manifestações da caricatura, ele chega ao riso através da crítica mordaz, satírica, irônica e principalmente humorística do comportamento do ser humano, de suas fraquezas, dos seus hábitos e costumes. Muitas vezes, porém, o riso contido num cartum pode ser alcançado apenas com um jogo criativo de ideias, por um achado humorístico ou por uma forma inteligente de trocadilho visual. O cartunista pode recorrer às legendas ou dispensá-las.

CHARGE
Cartum  cujo objetivo é a crítica humorística de um fato ou acontecimento específico, em geral de natureza política. O conhecimento prévio, por parte do leitor , do assunto de uma charge é, quase sempre, um fator essencial para a sua compreensão. Uma boa charge , portanto, deve procurar um assunto momentoso e buscar ir direto aonde estão centrados a atenção e o interesse do público leitor. A mensagem contida em uma charge eminentemente interpretativa e crítica e, pelo seu poder de síntese, pode ter às vezes o peso  de um editorial. A charge usa.quase sempre, os elementos da caricatura na sua primeira acepção , o que nunca acontece com o cartum, onde os bonecos são a representação  de um tipo de ser humano e não de uma pessoa específica.


MOVIMENTO DE ARTES E OFÌCIOS (ARTS & CRAFTS -  
Foi um movimento estético surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer. Foi influenciado pelas ideias do romântico John Ruskin e liderado pelo socialista e medievalista William Morris.
Durou relativamente pouco tempo, mas influenciou o movimento francês da art nouveau e é considerado por diversos historiadores como uma das raízes do modernismo no design gráfico, desenho industrial e arquitetura.
De acordo com Tomás Maldonado, o Arts & Crafts foi uma importante influência para o surgimento posterior da Bauhaus, que assim como os ingleses do século XIX, também acreditavam que o ensino e a produção do design deveria ser estruturado em pequenas comunidades de artesãos-artistas, sob a orientação de um ou mais mestres. A Bauhaus desejou, assim, uma produção de objetos feito por poucos e adquirido por poucos, nos quais a assinatura do artesão tem um valor simbólico fundamental. De forma ampla, a Bauhaus herda a reação gerada no movimento de Morris contra a produtividade anônima dos objetos da revolução industrial.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Art Nouveau - Valéria Peixoto de Alencar


O prédio projetado pelo arquiteto Antonio Gaudí, símbolo da cidade de Barcelona

Art Nouveau -Estilo influenciou as artes gráficas e a arquitetura

O Art Nouveau (arte nova) foi um movimento que surgiu na Europa, entre 1890 e 1910. Essencialmente decorativo, voltado ao design e à arquitetura, influenciou também o universo das artes plásticas. Recebeu nomes diferentes nos diversos países onde se manifestou: style nouille (estilo macarrônico) na França; style coup de fouet (estilo golpe de chicote) na Bélgica; modern style (estilo moderno) na Inglaterra; jugendstil (estilo da juventude) na Alemanha; style liberty (estilo livre) na Itália.O art noveau preocupava-se com a originalidade da forma, tinha relação direta com a Segunda Revolução Industrial e com a exploração de novos materiais, como o ferro e o vidro (principais elementos dos edifícios que passaram a ser construídos segundo a nova estética), e os avanços tecnológicos na área gráfica, como a técnica da litografia colorida, que teve grande influência nos cartazes, como no exemplo do rótulo da Lotion Edista, que expressa bem a idéia do Art Nouveau, que destaca o valor ornamental de linhas de origem floral, determinando formas delicadas, sinuosas, ondulantes e sempre assimétricas.Diferente de outros movimentos de vanguarda do início do século 20, que se iniciaram na pintura, o art nouveau não foi dominado pelas artes plásticas. Mesmo os pintores mais estreitamente relacionados com o estilo, Toulouse-Lautrec, Pierre Bonnard e Gustav Klimt, por exemplo, criaram cartazes e objetos de decoração.Ainda assim, na pintura, o estilo esteve relativamente presente nas obras de Vassili Kandinsky e Franz Marc, alcançando seu período de sucesso entre as duas últimas décadas do século 19 e as duas primeiras do século 20, quando é substituído, gradativamente, pelo estilo art déco e, em seguida, definitivamente abandonado.

O art nouveau na arquitetura - O Art Nouveau surgiu como uma tendência arquitetônica inovadora do fim do século 19: um estilo floreado, em que se destacam as formas orgânicas inspiradas em folhagens, flores, cisnes, labaredas e outros elementos.Os edifícios apresentam linhas curvas, delicadas, irregulares e assimétricas. Mosaicos e mistura de materiais caracterizam muitas obras arquitetônicas, como as de Antoni Gaudí, expoente do movimento na Espanha. Com cacos de vidro e ladrilhos, ele decora construções como o Parque Güell e a Casa Milá, em Barcelona. A Catedral da Sagrada Família é outra obra sua de destaque.
Art Nouveau no Brasil - O estilo do art nouveau chegou ao Brasil nos primeiros anos da República, com o nome de arte floreal, e, como na Europa, exerceu forte influência na arquitetura e nas artes gráficas. Eliseu Visconti foi seu artista representativo.

*Valéria Peixoto de Alencar é historiadora formada pela USP e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. É uma das autoras do livro Arte-educação: experiências, questões e possibilidades (Editora Expressão e Arte). é historiadora formada pela USP e mestre em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp. É uma das autoras do livro Arte-educação: experiências, questões e possibilidades (Editora Expressão e Arte).

O Impressionismo



Claude Monet - Impressão, Sol Nascente (1872)
www.arteuniversal.com.br/impressionismo.html

Impressionismo é um movimento artístico surgido na França no século XIX. O nome do movimento origina-se da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet. Os pintores impressionistas não se interessavam em temáticas nobres ou retrato fiel da realidade. Utilizavam pinceladas soltas para destacar a luz e o movimento. Geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as nuances da natureza. Nas telas dos impressionistas são retratados os reflexos e efeitos que a luz do sol produz nas cores da natureza. As cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol, e uma dessas mudanças implica na alteração de cores e tons. A primeira exposição pública impressionista foi realizada em 1874, em Paris. Entre os expositores estava Claude Monet (1840-1926), Édouard Manet (1832-1883), August Renoir (1841-1919), Alfred Sisley (1839-1899), Edgard Degas (1834-1917) e Camille Pissarro (1830-1903). Algumas características do autor impressionista: rompe completamente com o passado; inicia pesquisas sobre ilusões ópticas; é contra a cultura tradicional; pertence a um grupo individualizado; entre outras. Apesar de Édouard Manet não ter se considerado um impressionista, foi em torno dele que se reuniu grande parte dos artistas que posteriormente foram chamados de impressionistas. O Impressionismo serviu para inúmeros artistas desenvolverem seu estilo próprio, como por exemplo, para Van Gogh, Paul Cézanne, Toulouse-Lautrec.


Claude Monet (1840-1926), foi o iniciador da escola impressionista. O Impressionismo foi o natural desenvolvimento do Realismo. Nasceu, elaborou-se e definiu-se dentro do Realismo. Fazem parte desse movimento Claude Monet, Auguste Renoir, Coubert, Manet, Camille Pissarro, Alfred Sisley, Berthe Morisot e Edgard Degas, Ernest-Lurent, Henri Martin, Le Sidaner, o alemão Fritz Von Uhdeentre outros.
Foi um movimento em que jovens pintores se juntaram, criaram suas obras e resolveram fazer uma exposição: sofreram críticas e atos de indignação da maioria dos visitantes e da crítica, considerando-os falsos pintores. A exposição encerrou-se 1 mês depois. Eram chamados de ‘selvagens obstinados’ e que não queriam terminar seus quadros, por preguiça ou incapacidade.
Farsantes! Impressionistas! Gritavam muitos. A palavra Impressionista era gritada pejorativamente. Dois anos depois fizeram outra exposição e pregaram na porta da rua Lê Peletier, 11, uma tabuleta dizendo: ‘Exposição dos Pintores Impressionistas’. Deste modo sarcástico, nascia a nova pintura cujas características técnicas e expressivas se estenderiam a outras artes, inclusive à musica, comClaude Debussy.
Entre restrições e ironias, combatidos sobretudo pela Escola de Belas Artes e pelo Salão Oficial, aos poucos os Impressionistas foram sendo entendidos e compreendidos, quando, em 1886 o grupo se dispersou, cada um tomando seu rumo. A nova pintura tornou-se conhecida nos demais países europeus e suas obras admiradas e adquiridas por colecionadores nacionais e estrangeiros.Os Impressionistas inovaram na técnica e na expressão da pintura. A realidade era vista de um modo original, diferente da pintura retratada até então.
Os Impressionistas se diferenciavam de outras Escolas, e diziam eles:
1 – Que a cor não era uma qualidade permanente na natureza; as tonalidades estão mudando constantemente, ao contrário, estão mudando incessantemente, com sutilezas impermeáveis ao olhar embotado ou desatento.2 – A linha não existe na natureza. A linha é uma abstração criada pelo espírito do homem, para representar as imagens visuais.3 – As sombras não são pretas nem escuras. São luminosas e coloridas. São cores e luzes de outras tonalidades.4 – A aplicação dos reflexos luminosos ou do contraste das cores se influenciam reciprocamente. Essas influências obedecem ao que se chama ‘a lei das complementares’, percebida pela sensibilidade de muitos pintores e depois formulada em bases científicas.5 – A dissociação das tonalidades ou a mistura ótica das cores.
Na ânsia de obter a limpidez e transparência das cores naturais, os impressionistas resolveram produzi-las na pintura como as produz a natureza. Quando queriam representar o verde, por exemplo, em lugar de darem uma pincelada de verde, já preparado na paleta com a mistura do amarelo e azul, ou do próprio tubo, davam duas pinceladas bem juntinhas, uma azul e outra amarela, a fim de que a mistura das duas cores, produzindo o verde, se fizesse no nosso cristalino, no mesmo processo da natureza. Essas pinceladas, miudinhas, eram usadas por quase todos os impressionistas e denominavam de ‘mistura ótica.

Realismo nas artes



Angelus, de Jean-François Millet (1814-1875). é uma obra do ano de 1859 e hoje integra o acervo do Museu de Orsay. Este quadro é o que melhor exprime seu compromisso com realismo , pois neste quadro ele mostra dois camponeses orando, dando graças a Deus pela colheita obtida através do suor e do esforço de muitos dias.

Depois das grandes revoluções políticas, o século 19 foi o período da consolidação do regime democrático e da economia capitalista, na sua fase chamada de "imperialismo": a matéria-prima fluía continuamente para as indústrias européias, vinda dos recém independentes países sul-americanos, das colônias africanas e dos milenares países asiáticos Nas Artes tivemos um desenvolvimento impressionante de tendências e correntes. As principais correntes literárias foram, na seqüência de surgimento: Romantismo, Realismo/Naturalismo e Parnasianismo, Simbolismo e as primeiras correntes modernistas. Nas Artes Visuais: Romantismo, Realismo, Impressionismo, Art Nouveau, Art Décor, Art Naif e as primeiras correntes modernistas.

O Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas do século XIX naEuropa, mais especificamente na França, em reação ao Romantismo. Na época, o cenário intelectual era dominado por novas correntes filosóficas - o Positivismo (Comte), Determinismo(Taine) e o Darwinismo (Darwin).

Características do Realismo

Veracidade: Despreza a imaginação romântica
Contemporaneidade: descreve a realidade
Retrato fiel das personagens: caráter, aspectos negativos da natureza humana
Gosto pelos detalhes: Lentidão na narrativa
Materialismo do amor: Mulher objeto de prazer/adultério
* Denúncia das injustiças sociais
* Determinismo e relação entre causa e efeito
* Linguagem próxima a realidade: simples, natural, clara e equilibrada
O Realismo fundou uma Escola artística que surge no século XIX em reação ao Romantismo e se desenvolveu baseada na observação da realidade, na razão e na ciência. Como movimento artístico, surgiu na França, e sua influência se estendeu a numerosos países europeus. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais contra o capitalismoprogressivamente mais dominador, ao mesmo tempo em que há um crescente respeito pelo facto empiricamente averiguado, pelas ciências exactas e experimentais e pelo progresso técnico. Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reação contra as excentricidades românticas e contra as suas idealizações da paixão amorosa. À passagem doRomantismo para o Realismo, corresponde uma mudança do belo e ideal para o real e objetivo.

O Realismo na pintura. Principais pintores realistas:
Édouard Manet
Gustave Courbet
Honoré Daumier
Jean-Baptiste Camille Corot
Jean-François Millet
Théodore Rousseau
O Realismo na escultura
Na escultura, o grande representante realista foi o francês Auguste Rodin. O escultor não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano. Obras destacadas: BalzacOs Burgueses de CalaisO Beijo e O Pensador.

O Realismo na arquitetura
Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia. Em 1889Gustave Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

O Realismo no teatro

Com o realismo, problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das Camélias (1852), que trata da prostituição.
Fora da França, um dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936), autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemãoGerhart Hauptmann (1862-1946), autor de Os Tecelões.

O Realismo na literatura
Motivados pelas teorias científicas e filosóficas da época, os escritores realistas desejavam retratar o homem e a sociedade em sua totalidade. Não bastava mostrar a face sonhadora e idealizada da vida como fizeram os românticos; era preciso mostrar a face nunca antes revelada: a do cotidiano massacrante, do amor adúltero, da falsidade e do egoísmo humano, da impotência do homem comum diante dos poderosos.
Uma característica do romance realista é o seu forte poder de crítica, adotando uma objetividade que faltou ao romantismo. Grandes escritores realistas descrevem o que está errado de forma natural. Se um autor desejasse criticar a postura da Igreja Católica, não escreveria um soneto anticristão, porém escreveria histórias que envolvessem-na de forma a inserir nessas histórias o que eles julgam ser a Igreja Católica e como as pessoas reagem a ela. Em lugar do egocentrismoromântico, verifica-se um enorme interesse de descrever, analisar e até em criticar a realidade. A visão subjetiva e parcial da realidade é substituída pela visão que procura ser objetiva, fiel, sem distorções. Dessa forma os realistas procuram apontar falhas talvez como modo de estimular a mudança das instituições e dos comportamentos humanos. Em lugar de heróis, surgem pessoas comuns, cheias de problemas e limitações. Na Europa, o realismo teve início com a publicação do romance realista Madame Bovary (1857) de Gustave Flaubert. Alguns expoentes do realismo europeu: Gustave FlaubertHonoré de BalzacEça de QueirósCharles Dickens.


Na música pode ser citado o Verismo (segunda metade do século 19 até as primeiras décadas do século 20), é o"realismo" na ópera; Verdi, Georges Bizet (1838/1875), Ruggero Leoncavallo (1857/1919), Puccini, entre outros.

Realismo no Brasil. A partir da extinção do tráfico negreiro, em 1850, acelera-se a decadência da economia cafeeira no Brasil e o país experimenta sua primeira crise depois da Independência. O contexto social que daí se origina, aliado à leitura de grandes mestres realistas europeus comoStendhalBalzacDickens e Victor Hugo, propiciarão o surgimento do Realismo no Brasil. Assim, em 1881 Aluísio Azevedo publica O Mulato (primeiro romance naturalista brasileiro) e Machado de Assis publica Memórias Póstumas de Brás Cubas (primeiro romance realista do Brasil). Outro escritor que participou do Realismo foi Arthur Azevedo.

O NAturalismo na Arte


                                          Almoço na Relva - Édouard Manet (1863)


É muito comum o emprego dos termos Realismo e Naturalismo associados. Algumas vezes, são termos sinônimos; outras vezes, aparecem como duas estéticas literárias muito próximas uma da outra. No entanto, existe uma fronteira entre uma coisa e outra: é possível perceber algumas diferenças entre a prosa realista e a naturalista, apesar do grande número de pontos em comum.
Alguns preferem ver o Naturalismo como uma espécie de prolongamento mais forte do Realismo. Sob esse ponto de vista, o Naturalismo seria um Realismo exacerbado. Seria uma forma mais aprofundada de encarar o homem.
Os naturalistas sempre estariam vendo o lado patológico do homem, o seu envolvimento com um destino que ele não consegue modificar; as situações de desequilíbrio muito fortes; o homem que se comporta como um animal, obedecendo a instintos; o homem condicionado ao meio em que vive, subjugado pelo fator da hereditariedade física e patológica, que determina o comportamento dos personagens


O Naturalismo é uma escola literária conhecida por ser a radicalização do Realismo, baseando-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. A escola esboçou o que pode-se declarar como os primeiros passos do pensamento teórico evolucionista de Charles Darwin. Os romances naturalistas se destacam pela abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra naturalista, tem-se a impressão de estar lendo uma obra contemporânea, que acabou de ser escrita. Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é mero produto da hereditariedade e seu comportamento é fruto do meio em que vive e sobre o qual age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin inspirava os naturalistas, que acreditavam ser a Seleção Natural impulsionadora da transformação das espécies. Assim, predomina nesse tipo de romance o instinto, o fisiológico e o natural, retratando a agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõem a personalidade humana.



O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o escritor que mais se identificou com ele. O Romance Experimental (1880) é considerado o manifesto literário do movimento. As leituras de Zola sobre a teoria evolucionista de Darwin (a Origem das espécies foi publicada em 1859), A filosofia da arte (1865), "um grande estudo fisiológico e psicológico". O que Claude Bernard tinha desvendado no corpo humano, Zola iria desvendar na sociedade. A título de curiosidade, conta-se que Zola pouco mais teve que fazer do que substituir as palavras médico por romancista do livro "Introduction a l'étude de la médicine experimentale" (Claude Bernard) para poder escrever a sua obra "Le Roman Expérimental", de 1880. Outras influências fortes sobre seu trabalho, nesse sentido, seriam a obra de Honoré de Balzac (que havia realizado uma verdadeira radiografia da sociedade francesa com a série de romances. A comédia humana, concluída em 1846) e as idéias socialistas em ascensão (O Manifesto Comunista de Karl Marx e Friederich Engels é de 1848). Em 1871, Zola dava início a seu grande projeto, a série Os Rougon-Macquart. A repercussão na imprensa do êxito de A taverna (1876) levou Zola a responder à crítica da seguinte forma: "Estou sendo considerado um escritor democrático, simpatizante do socialismo, mas não gosto de rótulos. Se quiserem me classificar, digam que sou naturalista. Vocês se espantam com as cores verdadeiras e tristes que uso para pintar a classe operária, mas elas expressam a realidade. Eu apenas traduzo em palavras o que vejo; deixo para os moralistas a necessidade de extrair lições. Minha obra não é publicitária nem representa um partido político. Minha obra representa a verdade". Em 1880, Nana é lançado e faz grande sucesso. Aborda um tema ousado: a prostituição de luxo.
Em 1881 Zola lança sua obra-prima Germinal. Para escrevê-lo, o autor não se contentou com a pesquisa, foi direto à fonte. Passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros, por isso sua narração é tão impactante. A força de Germinal causou enorme repercussão, consagrando Émile Zola como um dos maiores escritores de todos os tempos.

Artes plásticas – A pintura dedica-se a retratar fielmente paisagens urbanas e suburbanas, nas quais os personagens são pessoas comuns. O artista pinta o mundo como o vê, sem as idealizações e distorções feitas pelo realismo para expor posições ideológicas. As obras competem com a fotografia. Em meados do século XIX, o grande interesse por paisagens naturais leva um grupo de artistas a se reunir em Barbizon, na França, para pintar ao ar livre, uma inovação na época. Mais tarde essa prática será adotada pelo impressionismo. Um dos principais artistas do grupo é Théodore Rousseau (1812-1867), autor de Uma Alameda na Floresta de L'Isle-Adam. Outro nome importante é Jean-Baptiste-Camille Corot (1796-1875). O francês Édouard Manet (1832-1883) é um nome fundamental do período, fazendo a ponte do realismo e do naturalismo para um novo tipo de pintura que levará ao impressionismo. Ele retrata a realidade urbana sem muito da carga ideológica do realismo. Influencia os impressionistas, assim como é por eles influenciado. Fora da França destaca-se o inglês John Constable (1776-1837).

No teatro, o naturalismo exerceu mudanças marcantes, com o surgimento do diretor, do cenógrafo e do figurinista. Até então, o próprio ator escolhia suas roupas, um único cenário era usado para diversas montagens, e não estava definida a posição do diretor como coordenador de todas as funções. A iluminação passou a ser mais estudada e adotou-se a sonoplastia. É um radicalismo do Realismo. As principais peças são baseadas em textos de Zola, como Thérèse Raquin, Germinal e A Terra. A encenação deste último constitui a primeira tentativa de criar um cenário tão realista quanto o texto. Na época, o principal diretor de peças naturalistas na França é André Antoine (1858-1943), que põe em cena animais vivos e simula um pequeno riacho.Outro autor importante do período, o francês Henri Becque (1837-1893), aplica os princípios naturalistas à comédia de boulevard, que ganha caráter amargo e ácido. Suas principais peças são A Parisiense e Os Abutres. Também se destaca o sueco August Strindberg (1849-1912), autor de Senhorita Júlia.

NATURALISMO NO BRASIL – No país, a tendência manifesta-se nas artes plásticas e na literatura. Não há produção de textos para teatro, que se limita a encenar peças francesas.Nas artes plásticas está presente na produção dos artistas paisagistas do chamado Grupo Grimm. Seu líder é o alemão George Grimm (1846-1887), professor da Academia Imperial de Belas-Artes. Em 1884, ele rompe com a instituição, que segue as regras das academias de arte e rejeita a prática de pintar a natureza ao ar livre, sem seguir modelos europeus. Funda, então, o Grupo Grimm em Niterói (RJ). Entre seus alunos se destaca Antonio Parreiras (1860-1945). Outro naturalista importante é João Batista da Costa (1865-1926), que tenta captar com objetividade a luz e as cores da paisagem brasileira.
Na literatura, em geral não há fronteiras nítidas entre textos naturalistas e realistas. No entanto, o romance O Mulato (1881), de Aluísio Azevedo (1857-1913), é considerado o marco inicial do naturalismo no país. Trata-se da história de um homem culto, mulato, que vive o preconceito racial ao se envolver com uma mulher branca. Outras obras classificadas como naturalistas são O Ateneu, de Raul Pompéia (1863-1895), e A Carne, de Júlio Ribeiro (1845-1890). A tendência está na base do regionalismo, que, nascido no romantismo, se consolida na literatura brasileira no fim do século XIX e existe até hoje. http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturalismo -

terça-feira, 3 de maio de 2011

Conteúdo 2º Bimestre

1.Realismo
2.Naturalismo
3.Art Nouveau
4.Impressionismo

Glossário Bimestral(caderno de artes)

1.A pequena Bailarina 14 anos,escultura de Edgard Degas(leitura de imagem)
2.Artes Gráficas
3.Cartum
4.Charge
5.Ensaio de Balé(1878), de Edgard Degas(Leitura de imagem)
6.Fotografia com Arte
7.Movimento Artes e Ofícios
8.A Ângelus (1859), de Jean-François Milleit(Leitura de imagem)
9.O qurarto (1859), de Van Gogh (Leitura de imagem)
10.O Torso de Ádele, escultura de Áuguste Rodin (leitura de Imagem)
11.Quarta Parede
12.Um Bar no Folies-Bergére (1882), de Edouard Manet(Leitura de Imagem)